Primero a magia da história, depois a magia do bê-á-bá ( Rubem Alves)
"Se fosse ensinar a uma criança a arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, enxadas e tesouras de podar. Levaria a passear por parques e jardins, mostraria flores e árvores, falaria sobre suas maravilhosas simetrias e perfumes: levaria à livrarias, para que ela visse, nos livros de arte, jardins de outras partes do mundo. Aí, seduzida pela beleza dos jardins, ela me pediria para ensinar-lhe as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas, porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical.
A experiência da beleza tem de vir antes.
Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura não começaria com as letras e as sílabas. Simplesmente leria as histórias mais fascinantes que a fariam entar no mundo encantado da fantasia. Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela quereria que eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e sílabas em histórias.
É assim. E muito simples."
Na simplicidade de nossas ações está o segredo da grandiosidade do nosso trabalho.
Boa semana a todos.